Veja onde o Facebook deve investir para continuar crescendo após IPO
internet Feb 04, 2012O Facebook completa 8 anos neste sábado com a expectativa de que sua oferta pública de ações (IPO, em inglês) arrecadar arrecadar US$ 5 bilhões em maio, quando deve ocorrer a estreia na bolsa. Entretanto, a vida da rede social criada por Mark Zuckerberg em 4 de fevereiro de 2004 pode passar por mudanças para atender expectativas de seus futuros acionistas.
Entre as mudanças, segundo especialistas ouvidos pelo G1, estão a criação de produtos que devem gerar lucro em vez de apenas atender aos que os usuários desejam, foco em games, que representam mais de 12% do lucro do site, e mais aplicativos que conectem amigos, mostrando o que músicas escutam, o que assistem e o que mais gostam de fazer.
Foco em outros mercados como o Brasil
Para manter o crescimento da base de usuários, que deve passar de 1
bilhão de pessoas em agosto de 2012, de acordo com previsões, o Facebook
afirma que focará em outros mercados como Brasil, Alemanha, Índia,
Japão, Rússia e Coreia do Sul. Estes países são mercados que o próprio
site lista como grandes mas pouco explorados pela rede social, conforme
dados publicados documentos do IPO da rede social.
Segundo dados da Comscore e do Ibope, o Facebook cresceu 192% no Brasil
em 2011, com 36,1 milhões de visitas em dezembro de 2011. O país ocupa a
quarta posição em número de usuários de toda a rede social.
Aplicativos conectados
Em janeiro, o Facebook anunciou a integração de 60 aplicativos à
plataforma da rede social. Isso permite que os usuários possam se
conectar com eles e compartilhar dados diretamente na Timeline (linha do
tempo) no site.
Entre os aplicativos estão programas para monitorar desempenho em
corridas, cadastrar locais para onde o usuário viajou, ler e
compartilhar notícias, entre outros. Há apps, como são chamados estes
programas, famosos como o "Foodspotting", para fotografar e compartilhar
pratos de comidas e avaliar restaurantes, o "BranchOut", rede social de
trabalho, e jogos como "DiamondDash".
De acordo com a rede social, a integração com esses e outros
aplicativos e serviços é uma tentativa de tornar o Facebook a porta de
entrada do usuário à internet.
Games
Os games são uma grande parte da receita do Facebook, com 12% de seu
total vindo de uma única empresa, a Zynga, dona de “Farmville” e
“Cityville”, o que justifica a manutenção do investimento. “Haverá maior
oferta de jogos e eles terão maior qualidade. Não existe mais jogo
simples no Facebook”, aponta Mitikazu Lisboa, CEO da Hive, empresa
especialista na ênfase em games e mídias sociais.
Segundo ele, contudo, este caminho pode se tornar ainda mais difícil
para empresas menores, já que, com o aumento da qualidade dos jogos, o
custo de produção deve aumentar consideravelmente. “A limitação para
jogos melhores está na banda de internet”, explica. “E, para cada jogo
que faz sucesso no Facebook há 10 mil outros que falharam”.
Plataforma móvel
Mark Zuckerberg quer que o Facebook esteja em todos os lugares, e não
apenas no PC. Na carta enviada junto com os documentos para estreia na
bolsa, ele afirma que “a sociedade acessa tem acesso à internet ou tem
aparelhos celulares, ferramentas necessárias para compartilhar o que ela
pensa, sente e faz”. Com isso, ele pretende expandir o acesso da rede
social para onde o usuário estiver.
Em plataformas iOS, que abrange o iPhone e o iPad, os usuários possuem
acessar a página da rede social e conversar com amigos por meio dos
aplicativos “Facebook” e “Messenger”. Os dois aplicativos também estão
disponíveis para plataformas Android.
A intenção do Facebook é fazer com que os usuários publiquem
instantaneamente fotos, vídeos e mensagens, sobre o que pensam onde quer
que eles estejam.
Timeline e Ticker
Depois de alguns anos com a mesma cara, o Facebook tentou inovar nos
últimos meses, apresentando mudanças na rede social como a introdução da Timeline,
que transforma a página do usuário em uma linha do tempo, e do Ticker,
uma barra que mostra as atualizações dos amigos em tempo real.
Isso ocorreu, segundo o professor de Tecnologia da Informação da Escola
Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Rafael Lamardo porque
“pesquisas dizem que o usuário se cansa das mídias sociais pois elas são
muito parecidas”. Ele explica que o Facebook ficou muito tempo sem
atualizações e que a Timeline mudou bastante a experiência de uso. “Mas
acho que ainda há muito a ser feito”, disse.
Pagamentos pelo Facebook
Entre as inovações que o Facebook deve implementar para manter sua base
de usuários em crescimento, de acordo com Rafael Lamardo, está a
entrada de sistemas de pagamentos. “Com uma grande base de usuários, as
empresas buscam novos produtos para eles e acredito que a realização de
pagamentos dentro do próprio Facebook seja um dos próximos passos”,
disse.
Desse modo, o usuário não precisaria sair da rede social para realizar compras e o pagamento pelos produtos adquiridos.
O Facebook já utiliza os Facebook Credits, um valor monetário que é utilizado principalmente em games na rede social. O "dinheiro" pode ser utilizado para pagar por outros serviços e produtos no futuro.
Regionalização
Assim como o Twitter, o Facebook deve se tornar mais regional com o
IPO. Embora a internet seja global, a regionalização das redes sociais
mostra que elas estão amadurecendo. “Foram muitas conquistas que as
mídias sociais conquistaram nos últimos anos e acho que agora, o
Facebook começará a se regionalizar”, afirma Lamardo. “É uma tendência
natural, considerando as diferenças culturais entre os povos. No Brasil,
por sermos muito sociais, nossa vida está no Facebook, mas isso não
acontece em outros países”.
Assim como o Twiter, que divulgou ferramentas que irão censurar palavras ofensivas em determinados países,
o Facebook por ir para o mesmo caminho. Outra tendência é que ele crie
produtos voltados para determinados países, principalmente em locais em
que a rede social quer crescer mais, como o Brasil, por exemplo.
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